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sábado, 27 de setembro de 2014

Obviamente... António Costa!


NOS TEMPOS em que a minha "costela soarista" se sobrepunha a qualquer outra, andei pelo Partido Socialista - estamos a falar na década de 70, em pleno PREC e ainda nos tempos dos primeiros governos constitucionais, era Mário Soares primeiro-ministro. Talvez esse meu "passado" contribua para que hoje, não sendo militante ou sequer simpatizante socialista,  não consiga deixar de acompanhar com grande preocupação o que se passa naquele partido desde há uns meses a esta parte e em que uma guerra pelo poder entre António José Seguro e António Costa atingiu níveis inimagináveis. Isso - por esse meu "passado"... - e também porque também sou dos que crê convictamente que um Partido Socialista forte é crucial para o regime e "estanca" o crescimento à esquerda (pelo menos aparentemente…) de alternativas folclóricas, inconsequentes e quase sempre criadas à volta de figuras supostamente messiânicas e de existência fugaz. 
Conheço os dois Antónios, o segundo bastante melhor que o primeiro - o que me permite até, convenhamos,  logicamente conhecer-lhe mais defeitos a ele que ao actual líder. Politicamente considero Seguro mais fraco que Costa - o que também, convenhamos, e dadas as minhas afinidades partidárias (se é que ainda as tenho…), levar-me-ia a preferi-lo ao actual autarca de Lisboa - mais estruturado, sólido e actuante, enfim mais capaz de se afirmar como alternativa ao actual governo. 
Mas apesar disso, mesmo estando eu claramente do outro lado da "barricada", confesso que estou a torcer para que amanhã António Costa vença as primárias socialistas que, mais que um candidato a primeiro-ministro, definirão quem liderará o partido nos próximos anos. Por uma única e simples razão: quero um Partido Socialista forte, o que só ocorrerá com a vitória de Costa. Se porventura Seguro ganhasse as eleições de amanhã, as feridas seriam tão profundas entre os socialistas que a cisão seria inevitável e, mais tarde ou mais cedo, o PS diluir-se-ia e se enfranqueceria, concedendo assim a aventureiros e oportunistas um espaço que eu prefiro ver ocupado por quem e como esteve até agora.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Joaquim Barbosa, o verdadeiro "entretainer"


NÃO É só em Portugal que essa coisa de ser "ex qualquer coisa" é rentável - no Brasil também dá um jeitão. Que o diga o impoluto e intocável Joaquim Barbosa, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal que, durante o já célebre julgamento do "mensalão", encantou um  certo Brasil com uma  pose de justiceiro e de paradigma da ética que chegou a render-lhe até  (pasme-se!) o estatuto de "presidenciável"… Agora, aposentado e liberto da presidência da principal corte brasileira, Barbosa não arranjou melhor ocupação que a de  dar conferências por esse Brasil fora. E a sua primeira aparição nessa sua nóvel ocupação vai ser já na próxima segunda-feira, nada mais nada menos que chamado "congresso dos shoppings"… Por esse andar, ainda o vamos ver a animar convívios e saraus de empresas em resorts à beira-mar. Já faltou mais...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O "porreirão"


QUANDO ME perguntam a opinião que tenho sobre o António Marinho Pinto, respondo invariavelmente: "um porreirão!" Porquê? Porque foi assim que me habituei a vê-lo, desde os tempos em que coincidimos no "Expresso", já lá vão uns quantos anos. O Marinho, como nós o tratávamos, era o correspondente em Coimbra e era uma daquelas pessoas que parece estar sempre bem com a vida, bem disposto, alegre e que defendia com unhas e dentes o que achava estar certo - um "bacano", como soe dizer-se. Depois disso, apesar de cada um estar para seu lado,  encontramo-nos várias vezes, quase sempre em Coimbra, eu academista ferrenho, ele acho que não tanto. Lembro-me de uma dessas vezes, andava eu pelas lides da rádio, o ter convidado a entrevistar comigo o Manuel Sérgio nos estúdios da RDP em Coimbra. Uma entrevista memorável, com o "velho professor" e as suas tradicionais tiradas filosóficos a abrilhantar duas horas de uma conversa de ir às lágrimas. Bom, mas adiante...
Nos últimos anos, vi o Marinho em carne e osso uma ou duas vezes, salvo erro uma delas num comboio entre o Porto e Lisboa, já ele era bastonário e também já possuía uma projecção pública suficiente para uma carruagem inteira lhe dar mais atenção que ao anúncio sonoro da proximidade de uma estação. Obviamente nestes últimos anos, como qualquer pessoa que se interessa minimamente pela actualidade, segui-lhe os passos; as mil e uma polémicas em que se envolveu;  as múltiplas afirmações desassombradas com que encheu outras tantas primeiras páginas de jornais; as suas aparições televisivas constantes; e mais recentemente a sua carreira política. Talvez injustamente - não sei… - tenho-me dado agora conta que o Marinho está progressivamente a levar-se, a ele próprio, excessivamente a sério, está a deixar de ser o "porreirrão" simpático, afável e de uma boa-disposição contagiante para dar lugar a mais um dos muitos chatos que pululam por esse País fora e enxameiam tudo o que é noticiário. Deu-lhe para achar-se arauto daquela franja da sociedade que acha que dizer mal da política lhes fica bem, dos que à falta de um "encosto" partidário procuram incessantemente um palco e uma oportunidade para cometerem exactamente os mesmos erros que apontam à nossa classe política. E isso, apesar de eu gostar do Marinho Pinto, aborrece-me. Para mim o Marinho que eu gosto é o "Marinho-porreirão" de há uns anos atrás, não o Marinho nesta sua versão de "predestinado" e que adopta uma pose e postura messiânicas, como qual D. Sebastião do século XXI. Até porque, todos sabemos, de "domsebastiões" está a nossa política cheia. E acabam todos, sem excepção, por regressar a casa, de monco caído, queixosos de um povo que não lhes deu a atenção e a confiança que eles algum dia julgaram merecer, regressam frustrados e zangados com o mundo. O original, esse, nem voltou a casa - finou-se em Alcácer Quibir. E dos outros, que me lembre, não reza a história... 

11 de Setembro de 1973: "Yo pisaré las calles nuevamente"...



QUEM COMPÔS foi Pablo Milanés, quem canta é Joan Manuel Serrat. É talvez uma das "canções da minha vida" - pela letra, pela música, por que é de Pablito, por que é cantada por Serrat, no fundo pelo que ela representou e representa na minha vida. E representou muito, acreditem. Com 13 ou 14 anos cruzei-me com dezenas e dezenas de chilenos arredados de seu país, fugindo de uma espiral de terror e violência que ceifou a eito milhares de vida. Quatro décadas depois não esqueço o misto de tristeza, de nostalgia, de revolta com que todos eles encaravam o dia seguinte - é uma imagem que não se apagou da minha memória, que associo ao que de mais triste pode suceder a uma pessoa.
Salvador Allende pode ter tido muitos defeitos e pode ter cometido muitos erros ao longo dos três anos que liderou o governo da Unidad Popular - concerteza que sim. Mas isso não justifica a barbárie, os assassinatos, o verdadeiro massacre que um bando de criminosos cometeu sobre milhares e milhares de chilenos a quem apenas o facto de pensar era suficiente para ser ser levado para o Estádio Nacional de Santiago ou morto pela sangrenta "caravana da Morte" que, a mando do facínora Augusto Pinochet, cruzou o Chile dizimando tudo e todos.
É por essas e por outras que, quarenta e um anos após a sua morte no palácio de La Moneda, Allende merece ser recordado. Quanto mais não seja porque com ele o Chile falava, pensava e era livre. E isso já não é pouco...

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Paulo Portas: mais um "número"...



O DESESPERO de Paulo Portas é evidente. Depois daquela rábula do Verão do ano passado e que lhe custou definitivamente a auréola que ainda gozava em certos sectores da direita portuguesa, o líder de um visivelmente definhado e acabrunhado CDS tenta a todo o custo recuperar alguma da pouca credibilidade que já possuiu. E para isso deita mão a todos os artifícios e "números" que se possa imaginar, num afã obsessivo em colocar-se na ponta dos pés e surgir aos olhos dos portugueses como o arauto da defesa dos seus direitos. Haja vergonha, que é coisa que há muito o líder centrista não tem - se é que alguma vez a teve… Como é que alguém que foi co-responsável pelo maior ataque de sempre ao bolso dos portugueses, pode agora, qual lobo-mau travestido de capuchinho vermelho, vir a terreiro de mansinho defender uma política fiscal contrária à do governo de que ele é vice primeiro-ministro?! Há limites para tudo, até para o descaramento!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

I ❤ TAP


SE É possível nutrir uma paixão por uma companhia aérea, então confesso: sou apaixonado pela TAP. E é uma paixão de muitos anos, desde miúdo, daquelas paixóes assolapadas, que são mais que entusiasmos momentâneos - acho que é mesmo uma obsessão! E sou, acreditem ou não, de uma fidelidade a toda a prova: nunca na minha vida a traí, ou seja jamais a preteri a favor de qualquer outra, por mais apelativa, insinuante ou sedutora que pudesse ser. Nunca! 
E exactamente por ser uma paixão obsessiva, é que não perco uma notícia sobre a "minha" companhia - "devoro-as", sejam elas boas, assim-assim ou mesmo más. Imaginam pois como tenho sofrido nos últimos tempos, n'é?  É que é raro é o dia em que na nossa imprensa não surja qualquer coisa tentando pôr em causa a reputação de quem tomou há muito o meu coração: ora é um avião que atrasou, outro que avariou, mais um que teve de aterrar de emergência, eu sei lá quantas coisas andam para aí a dizer da "minha" TAP. Ontem dei por mim a pensar: aqui há coisa… Será inveja? Será ciúme? Será o quê? Porque raio andam por aí a difamá-la?! Não sei, mas de uma coisa tenho a certeza: ali há gato! E um "gato" que de certeza já encontrou uma agência de comunicação para ajudá-lo nessa tarefa em tentar desmerecer a impoluta e virtuosa senhora; um "gato" que anda danado para tomar conta dela; um "gato" que não descansa enquanto não lhe puser a pata em cima. E isso irrita-me. Muito! Por essas e por outras é que esta minha paixão pela TAP está cada dia mais forte e intensa. A ponto de tecer armas por ela… En garde!